aroma de pan
(incenso e várias essências)
invoco o possante pan, campestre, do mundo o conjunto, e céu e mar também, e terra universa rainha e fogo imortal – pois partes são estas de pan.
ditoso vem, dançador, com as horas circúnvago, rei caprino, bacante, possesso, que sob os astros habitas, fazendo num canto festivo pulsar a harmonia do mundo.
ó dos fantasmas autor, dos humanos terrores horrendo, que te comprazes nas fontes com os rebanhos de bois e de cabras,
ó pai de tudo, onigênere, insigne deus, que reges o mundo, que dás o incremento,
ó irascível, dos antros, cornígero Zeus verdadeiro!
em ti na verdade repousa da terra o sólio infinito e assentam do mar incansável as fecundíssimas vagas e oceano ao redor da terra as águas circunfluindo; e o almo domínio dos ares, alento dos seres vivos; e, sobrepairando no ápice, o olho do fogo fugaz.
pois estas partes divinas congregam-se às ordens tuas.
a natureza das coisas, tu mudas com teus arbítrios, a estirpe humana apascentas no orbe imenso da terra.
ditoso, inspirado bacante, vem para as oferendas sagradas: um termo feliz à vida faz que suceda, tange o pânico terror para os confins da terra.
(tradução do grego por Ordep Serra)